quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Funcionário do Mês: João Barone


João Alberto Barone Reis e Silva (Rio de Janeiro, 5 de agosto de 1962) é o baterista do grupo Os Paralamas do Sucesso. Foi apelidado "As baquetas mais rápidas da América Latina".
Seu irmão tinha uma banda,e um dia ele o pediu para subir na bateria. João tocou de ouvido "Ticket to Ride", dos Beatles. Apesar disso, Barone queria ser tenista, mas em 1978, assistiu o clipe de "Roxanne", do The Police, resolveu seguir Stewart Copeland e virar baterista.
João estudava na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, e um dia os Paralamas foram tocar lá. Porém, o baterista Vital faltou, e Herbert Vianna e Bi Ribeiro foram apresentados a Barone e o puseram nas baquetas. Barone então se uniu à banda se revezando com Vital, até que em 1982 este último desistiu. Barone estava efetivado, e Vital fora homenageado com a música "Vital e sua Moto", primeiro hit dos Paralamas.
Barone já ajudou na melodia de muitas músicas e escreveu o sucesso "Melô do Marinheiro", do álbum Selvagem?(1986).

sábado, 28 de junho de 2008

Funcionário do mês 06/08 (Carter Beauford)


Carter Beauford (nascido em 2 de novembro de 1957) é o baterista da Dave Matthews Band. Ele é conhecido por sua habilidade de misturar vários estilos de percussão, e muito admirado por seus complexos padrões de ritmo e habilidade de manter o andamento com precisão.
Nascido em Charlottesville, Virgínia, e filho do trompetista Roland Beauford, Carter começou a tocar com apenas 3 anos de idade, e tocou em seu primeiro show profissional com 9 anos. Mais tarde, juntou-se à banda de Richmond, Virgínia "Secrets", junto com o saxofonista Leroi Moore e o tecladista Butch Taylor. A banda Secrets tocava em vários locais de Virgínia, eventualmente no Miller's Bar em Charlottesville, onde Dave Matthews trabalhava de barman. Dave falou com Carter e Leroi a respeito de canções que teria escrito e que gostaria de gravar. Ao ouvir, Beauford concordou e assim tornou-se o baterista da Dave Matthews Band. Beauford também contribuiu no trabalho de outros artistas em projetos paralelos como Carlos Santana, John Popper (Blues Traveler) e o baixista virtuoso Victor Wooten (Bela Fleck and the Flecktones).
Carter já tocava há quase 30 anos quando Dave Matthews o chamou para formar a Dave Matthews Band.
Suas influências vão desde Dennis Chambers, passando por Elvin Jones, Miles Davis até John Coltrane. Antes de entrar na Dave Matthews Band, Carter também chegou tocar em outras bandas, como a Secrets com o amigo da DMB John D'earth.
Além de ser um dos melhores e mais conceituados bateristas da atualidade, Beauford também canta. Seus backing vocals podem ser ouvidos em várias músicas da Dave Matthews Band. Após o lançamento do álbum Crash, de 1996, Carter lançou a vídeo-aula "Under The Table and Drumming" e recentemente lançou um segundo vídeo com o baixista Victor Wooten chamado "Making Music". Além de ser peça chave no instrumental da DMB, Carter é muito carismático e tem uma das maiores personalidades dentro da Dave Matthews Band.

Mike Portnoy na Batera & Percussão (Maio 2008)

Bom galera, primeira postagem do nosso blog, e vamos começar com uma materia um pouco velhinha, mas legal, uma materia com Aquiles Priester do Hangar entrevistando Mike Portnoy do Dream Theater para a Revista Batera & Percussão do mês de maio de 2008.






Como você está vendo a reação dos fãs ao disco Systematic Chaos hoje em dia. Demorou mais que os outros trabalhos para os fãs entenderem esse disco?
Todas as vezes que a gente faz um CD eva um tempo grande para os fãs entenderem. Na realidade, geralmente, a gente não conhece a verdade dos fãs até fazer a próxima gravação. Me lembro quando o Train of Thought foi lançado. Todo mundo adorou o disco, as pessoas enlouquecidas falando que ele era ótimo. Quando Octavarium chegou, as pessoas começaram a dizer: "eu não gostei tanto assim do Train of Thought". E a mesma coisa aconteceu com o lançamento de Systematic Chaos. As pessoas falaram: "era disso que não gostava em Octavarium". É difícil, para as pessoas, ter uma verdadeira impressão, até você viver com isso por um tempo. O mesmo acontece comigo. Eu não consigo ter uma perspectiva real de um dos nossos álbuns, até ele completar pelo menos um ano. Depois que nós tivermos tocado na turnê por todo lugar. É difícil ter uma impressão real antes de a gente lançar o próximo CD e eu conseguir olhar para trás e ver o que senti a respeito daquele álbum. Acho que, por causa desse estilo com tantos arranjos, você não consegue agradar todo mundo. Vai haver pessoas que gostam do lado pesado, do progressivo, do melódico. Então, é muito difícil agradar a todos os nossos fãs.


Ouvindo a música "Constant Motion", percebe-se muito bem que o arranjo da bateria na parte instrumental é muito complicado. Quando você está criando essas partes a banda precisa necessariamente estar junta? E como funciona o processo de composição da banda?

Tenho duas respostas para essa pergunta; a geral e a específica. Geralmente, quando estamos compondo a bateria é muito importante, porque escrevemos juntos e sou uma grande parte da fórmula da música. Geralmente a bateria vai ter uma grande importância na composição e nos arranjos. Agora vamos para a resposta específica para aquela parte em "Constant Motion". Nesta sessão, estava apenas tocando (jamming), apenas improvisando. Sabe, muitas vezes faço isso no estúdio, especialmente pelo jeito que nós escrevemos, porque a gente se muda para o estúdio e escreve de uma vez. Terminamos de escrever a música e, geralmente, no dia seguinte vou gravar isso. Não é que eu tenho semanas ou meses para sentar, trabalhar errucima e desenvolver. Mas gosto disso, prefiro estar com aquilo fresco na minha cabeça. Se fico pensando muito nas coisas, eu fico cansado. Então, gosto quando isso é espontâneo. Para falar daquela parte em "Constant Motion", por exemplo, eu sabia que a gente tinha o riff (Portnoy cantarola o trecho), sabia qual seria o pulso, e sabia que eu queria fazer aquelas coisas sincopadas entre o hi-hat, os splashes e os tons. Então, apenas toquei e improvisei. É ao vivo o jeito que eu faço. Existem sessões em que aprendo exatamente o que eu fiz na gravação, mas há outras, como esta, em que ao vivo eu só deixo rolar; deixo ser o que for para ser em cada noite.

Quando vocês estão compondo existe a preocupação de seguir a fórmula de algumas músicas ou discos que já se tornaram clássicos do Dream Theater? Mesmo diferentes, os álbuns tem um estilo do Dream Theater.


Não posso ser objetivo o suficiente; estou muito próximo da música para separar o que é clássico do Dream Theater e o que não é. Para mim, tudo é a gente. Quando toco "Learning to Live", sinto o mesmo que quando toco "In The Presence Of Enemies", e elas foram feitas com quinze anos de diferença. Não posso colocar em itens o que faz uma música, ou álbum, um clássico do Dream Theater. Não posso dizer. Vejo as pessoas dizerem que gostariam que voltássemos ao som de Images and Words e Awake, mas não entendo isso, porque para mim é tudo a gente.

E todos estes estilos acabam significando o estilo do Dream Theater?Sim, exatamente.

Todas as músicas que nós criamos são o que o DT é.

Você ainda tem ou já teve a sensação que poderia ter feito algumas coisas diferentes quando termina de gravar um novo álbum?

Sinceramente, costumo ficar muito, muito satisfeito com o que faço nas gravações. O que é surpreendente por causa do fato de eu gravar tão em cima do processo criativo. Você iria pensar que eu gostaria de mudar algumas coisas. Mas, quando termino a gravação, passo para outra parte do processo de criação. Não trabalho apenas como baterista, mas também como compositor, letrista em algumas músicas e como produtor da banda. Quando acabo de gravar, estou pensando na letra, fazendo co-produção e imaginando como os outros músicos devem gravar as suas partes. Então, quando eu termino a bateria, passo para uma das outras milhares de coisas em que me concentro quando estou em uma gravação.


O que você faz para que seus arranjos não sejam repetitivos, já que os lançamentos da banda têm sido em grande frequência nos últimos anos? Você costuma fazer muitas pré-produções antes de definir o take final?


Esta é uma pergunta boa. O fato que deixa a minha gravação nova são os grandes músicos que me cercam no Dream Theater. Estes caras, constantemente, me forçam a elevar o nível para as ocasiões. Não apenas como instrumentistas, mas as músicas que escrevemos juntos estão sempre me desafiando a ser inventivo. Não estou dizendo que sou inventivo sempre, certamente tenho meu estilo, alguns sentimentos que sempre ponho para fora e toco. Têm algumas coisas que são parte do meu estilo. Outra coisa que deixa o som novo para mim são as pessoas que trabalham comigo fora do DT. Todos os projetos paralelos, fazer coisas com o Transatlantic, álbuns do Neal Morse, meu tributo aos Beatles, meu Tributo ao Led Zeppelin. Cada um deles me deixa apto a tocar de um jeito diferente. Então, quando volto ao Dream Theater, posso trazer uma dessas coisas que aprendi e incorporei com outros projetos. O jeito que toco bateria em "Repentance" acho que nunca conseguiria fazer se a gente não tivesse tocado o The Dark Side of the Moon na última turnê. Estava pronto para tocar uma música como "Repentance". Penso que se o Dream Theater tivesse gravado essa música em 1991, provavelmente, eu estaria tocando muitas notas e acho que isso teria sido inapropriado. Quando você fica mais velho ganha mais experiência e com mais experiência vem mais criatividade.


Qual é o maior segredo para se manter uma banda na ativa por tantos anos e ainda se sentir motivado para seguir trabalhando mesmo sabendo que todos os processos de composição, ensaios, gravações e turnês se repetirão novamente?


Parece uma resposta cliché, mas, honestamente, são os fãs. O fato de termos muitos fãs por todo mundo faz com que você não queira decepcioná-los. Você não quer fazer um álbum que não seja o melhor que pode fazer. Sempre queremos gravar o melhor CD possível. Quando estamos na turnê, queremos fazer o melhor show possível, o melhor setlist. Então, é o amor e a dedicação dos fãs a esta banda que me deixam motivado todo momento que fazermos uma gravação ou álbum.

Por que vocês mudaram de gravadora passando a trabalhar com a Roadrunner?

Nós mudamos porque o nosso contrato anterior finalmente acabou. Estávamos com nossa antiga gravadora há quinze anos. Tínhamos um acordo de sete álbuns que não incluía CDs ao vivo e começamos com Images and Words. Então, finalmente, o contrato acabou! Nós ficamos livres para escolher uma nova gravadora e escolhemos a Roadrunner porque sentimos que eles são a melhor para bandas de metal. Todo este mundo das grandes gravadoras é muito complicado para bandas como o Dream Theater e a Roadrunner consegue entender o que queremos e levar a nossa música para as pessoas certas.

Qual a importância de uma gravadora na vida de uma banda e o que você acha dos downloads, que estão acontecendo cada vez mais rápido?
A única coisa que chateia é quando um álbum pode ser baixado antes do lançamento, porque eu sempre quero que os fãs vejam o pacote completo: o encarte, leiam as letras, escutem a música com fidelidade total. Então, eu sempre fico um pouco aborrecido quando um álbum sai antes do lançamento. Mas, uma vez que ele já foi lançado, os downloads não me incomodam. Eu não estou nisso para fazer milhões de dólares, estou para dividir a música, eu quero que os fãs escutem a música. Para mim isso é o mais importante. Se baixando vamos fazer mais fãs porque mais gente vai escutar, acho bom. Eu quero quanto mais pessoas possível ouvindo a nossa música. Mas tem sido um grande problema para a indústria das gravadoras. Conheço muitas companhias, especialmente nos Estados Unidos, que estão tendo grandes problemas. Mas, francamente, foda-se! Eles passaram quarenta, cinquenta anos explorando bandas e artistas. Era hora dos artistas terem sua música de volta. Adoro o fato de o Radiohead ter conseguido gravar um disco por eles mesmos e vender por conta própria, sem uma gravadora. Eu sei que as gravadoras vão me odiar por dizer isso, mas acho que é ótimo os artistas estarem conseguindo ter a sua música novamente e ter controle sobre isso. A Internet tem sido uma coisa muito boa para bandas como Dream Theater, porque nós não somos o tipo de banda que está no radio ou na TV. Acho que a Internet ajudou a dividir e espalhar a música.
No disco Images and Words a bateria foi gravada com triggers, certo? Vocês têm vontade de regravar esse disco com a bateria totalmente acústica como nos demais discos da banda?
Bem, antes de tudo o álbum foi gravado com uma bateria acústica, apenas o som foi triggado. Mas eu realmente toquei em uma bateria acústica. Sempre odiei o som da bateria naquele CD, mas era o primeiro que fizemos para uma gravadora grande e nós ainda éramos muito desconhecidos, então não tivemos controle total. Esse era o jeito que o produtor queria que soasse o disco e nós não tínhamos voz na época. Nós nunca iríamos regravar o CD, mas fizemos duas coisas que, de certo modo, trarão a música de volta. A primeira é que vamos ter um greatest hits e lá nós remixamos as músicas do Images and Words. No Greatest Hits, "Pull me Under", "Another Day" e "Take the Time" foram remixadas por Kevin Shirley, então é uma chance de ouvir, pelo menos quase metade do álbum remixado. E a outra coisa é que, na comemoração de quinze anos do CD, no verão do ano passado, nós o tocamos na integra em várias cidades da Europa e estamos lançando um desses shows para o nosso fã-clube em DVD: é o Images and Words completo, regravado ao vivo. Então, temos essas duas oportunidades e isso é como se tivéssemos dado uma revisitada no disco.
Quando você altera a configuração do seu kit você precisa de um período para se adaptar a ele?
Não! Eu adoro trocar as coisas. Isso é uma das razões pela qual em todos os projetos que eu faço, sempre tenho um setup diferente. Todo momento eu gosto de ser inspirado por um novo ambiente. E não preciso de nenhum tempo para me adaptar a isso. Se possível, eu diria ao técnico para montar ele diferente todas as noites. Sabe? Pelo desafio isto seria legal.
O que lhe chama atenção em um novo baterista? E em uma nova banda?
São duas as coisas que mais aprecio nos bateristas. Uma é a musicalidade, sabe? Tocar no contexto da banda. Bom, eu continuo assistindo técnicas incríveis, de caras como Virgil Donati e Thomas Lang, eles são solistas incríveis, mas eu fico cansado depois de cinco minutos. Prefiro um baterista que está em uma banda, tocando músicas. Então, isso é uma coisa que eu procuro: musicalidade. Outra coisa que gosto é um som ou um estilo característicos de certos bateristas. No minuto que você ouve Stewart Copeland, você sabe que é Stewart Copeland. Keith Moon, você sabe que é Keith Moon. É isso que tento fazer com o meu jeito de tocar. Tento tocar de um jeito que todos possam dizer que é o meu estilo. Não gosto quando você escuta um som de bateria e pode ser uma lista de trezentas pessoas diferentes tocando o que aquela pessoa está tocando. Gosto de ouvir um estilo individual.
Ainda falta alguma coisa que você gostaria de fazer e ainda não fez? O que você imagina para o Dream Theater daqui a cinco anos?
O que ainda não fiz que eu gostaria de fazer... Eu vou te dizer, honestamente, se eu morresse amanhã - mas espero que não (risos) - eu me sentiria muito realizado. Artisticamente, eu fiz toda música que queria fazer, eu toquei com todos os músicos que sempre quis tocar junto, ganhei todos os concursos de bateria que não podia sonhar que venceria. Fiz turnê com todas as bandas que eu amo, conheço todos os bateristas que eu sempre admirei e me inspirei, eu os encontrei pessoalmente. Então, honestamente, acho que eu poderia morrer feliz agora. E tenho uma ótima família. Uma mulher e dois filhos que eu amo. Então, realmente me sinto muito realizado pessoal e artisticamente.
Sobre o futuro da banda, acho que daqui cinco, dez, vinte anos, podemos continuar existindo porque continuaremos verdadeiros com a gente mesmo e nunca seremos uma marca. Então, estaremos aptos a durar. Imagino daqui a cinco anos, fazer exatamente o que a gente faz agora. Musicalmente e tocando para nossa audiência, porque ela realmente fica com a gente, eles estão com a gente e o objetivo é continuar adicionando novas pessoas. Mais garotos jovens que estão nos descobrindo. Imagino, daqui a cinco anos, provavelmente, estar sentado nesta mesma sala (sala de imprensa do Credicard Hall) e, com sorte, mais alguns milhares de pessoas lá fora.
Existe alguma dica que você possa dar para quem quer obter sucesso na carreira musical?
As coisas exigem muita dedicação e muita perseverança. Há um livro que saiu com a biografia do Dream Theater e se você ler este livro vai perceber que vivemos 23 anos de obstáculos, e não apenas chegamos aqui hoje à noite. Especialmente no estilo de som que a gente toca. Se você quer estar em uma banda tocando rock progressivo, será uma estrada mais longa e mais difícil até o sucesso. E, para isso, você precisa de muita perseverança, nunca desistir. Existiram pelo menos dois ou três, talvez mais, momentos em que a banda pôde facilmente acabar e desistir. Mas, nós enfrentamos isso e após cada uma dessas vezes ficamos mais fortes. Isto necessita muita 4 paciência e perseverança.
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